Dessa vez, não houve chutaço de Iniesta, jogo bonito ou genialidade de Messi que desse jeito: o Barcelona foi a Stamford Bridge e perdeu para o Chelsea por 1 a 0, na noite desta quarta-feira, na primeira partida da semifinal da Liga dos Campeões da Europa. Após rara vacilada de Messi e assistência de Ramires, Didier Drogba foi o herói da noite com um gol no minuto final do primeiro tempo.
Passar em branco também foi uma novidade para o craque argentino, que havia marcado nos últimos dez jogos. O resultado não só deu boa vantagem aos ingleses, como também os mantiveram como a pedra no sapato de Messi: sete jogos. Já os catalães conheceram sua terceira derrota na temporada - Osasuna e Getafe foram os vilões anteriores - e a primeira na Champions desde o revés sofrido diante do Arsenal, no dia 8 de março de 2011, por 2 a 1.
Agora, o Chelsea tem quatro vitórias, quatro empates e apenas três derrotas em 11 confrontos com o Barça na história da Champions e vai ao Camp Nou na próxima terça-feira podendo empatar para chegar à final. Ao Barcelona, obviamente, vencer é a única saída para ir a Munique no dia 19 de maio contra o vencedor de Real Madrid e Bayern. Os alemães saíram na frente na última terça: 2 a 1, em casa.
Fazendo valer o que Roberto di Matteo disse no dia anterior, o time catalão mostrou que o estilo de jogo do rival realmente lhe impõe muitas dificuldades. Mesmo martelando do inicio ao fim e com cerca de 70% de posse de bola, os comandados de Pep Guardiola foram superados pelos Blues em mais uma “pedra cantada” aos quatro ventos na prévia do confronto: o contra-ataque.
No último lance da partida, porém, por muito pouco o Barcelona não repetiu o feito de 2009. Aos 47, a bola sobrou na entrada da área para Pedro, que acertou o pé da trave esquerda de Cech. Busquets ainda ficou com o rebote, mas isolou mais uma grande oportunidade.
Mais do mesmo
O Chelsea prometeu marcar pressão, ser ofensivo e ousado, jogar de igual para igual com o Barça, mas não precisou muito para que os catalães mostrassem que a partida seria mais do mesmo que costuma acontecer em seus compromissos: ataque contra defesa. Dono da saída de bola, o time de Pep Guardiola trocou passes sem ser importunado pelos ingleses por exatos 1m50s, até que Ramires desarmou Messi na entrada da área, em jogada que deu a tona do que seria a partida.
Com Adriano e Dani Alves atuando realmente como laterais e bem avançados, o time catalão mantinha a bola no ataque, girava de um lado para o outro e por muitos momentos tinha apenas Victor Valdés no campo de defesa. No lado do Chelsea, a profecia de Fàbregas na tarde anterior foi cumprida: muitos chutões para um Drogba isolado no ataque, brigando contra Mascherano e Puyol, e com, em alguns momentos, a companhia apenas de Ramires – dupla que faria sucesso minutos depois.
No Barça, o posicionamento da equipe chamou a atenção. Ao contrário do costume, Messi atuava mais recuado, sempre atrás de Fàbregas e Sánchez e em determinados momentos mais recuado até mesmo que Xavi e Iniesta. A estratégia daria certo se não fosse a má pontaria da “dupla de ataque”. Cesc e Alexis perderam surpreendentes quatro chances claras na frente de Cech contra um rival que defendia sempre com, no mínimo, dez jogadores atrás da linha da bola – Drogba era a exceção. O chileno, inclusive, acertou o travessão em uma delas, aos nove.
Barça pressiona, Chelsea marca
Diante da postura passiva de sua equipe, e do frio e da chuva de Londres, a torcida do Chelsea fugiu ao costume e cantou bastante como se tentasse empurrar os Blues a força para o ataque. Entre vaias a Iniesta – algoz de 2009 – e Fàbregas – ídolo do rival Arsenal -, ouviam-se muitos gritos de “Come on, Chelsea” (Vamos lá, Chelsea).
Não adiantava muito, o time da casa raramente passava do meio-campo. Quando tentou, por pouco não sofreu o primeiro gol em um inacreditável contra-ataque para quem jogava de forma tão defensiva: Messi roubou a bola de Lampard no meio, avançou e serviu Fabregas, que tirou de Cech e viu Ashley Cole tirar quase em cima da linha. A esta altura, a posse de bola era de 70% para os catalães, com 10 finalizações e apenas uma dos ingleses.
No futebol, no entanto, não há justiça, como diz a sabedoria popular e Didier Drogba provou em campo. Aos 46, um minuto depois sentir a virilha após escorregão, Messi foi facilmente desarmado por Lampard no meio-campo. O Barça foi pego de surpresa. O camisa 8 fez lindo lançamento para Ramires, que já dominou de peito jogando a bola na frente. Na área, o brasileiro cruzou no rasteiro no segundo pau e encontrou o marfinense, que escorou de primeira e fez 1 a 0. Foi o lance final da etapa inicial.
Muralha azul funciona
Se defender foi a principal missão do Chelsea no primeiro tempo, com o presente que ganhou nos minutos finais a postura se tornou ainda mais evidente na segunda etapa. Os dez jogadores atrás da linha da bola se transformaram em 11 e até Drogba voltava para marcar os avanços de Adriano. Uma verdadeira fortaleza azul na frente do Barcelona.
Com os companheiros em noite não muito inspirada, Messi trocou os passes por arrancadas e tentava resolver o jogo na base da individualidade. A maioria dos chutes, porém, desviava na defesa e sequer chegava a Cech. Aos 11, uma grande oportunidade: Fàbregas recuou para sua posição de origem e descolou lindíssimo passe por cobertura, deixando Sanchéz na frente na cara do gol. A conclusão, no entanto, foi para fora encerrando a péssima noite do chileno, substituído em seguida por Pedro.
No Chelsea, a tática era simples: chutão para o alto e o Drogba que se vire. E o marfinense na base da força e da malandragem se virava. Se virava tanto que ouvia das arquibancadas “Lalalala, Didier Drogba” enquanto minava a paciência dos adversários. Catimbeiro ao melhor estilo Libertadores, o atacante amarrava o jogo fosse cavando faltas ou fazendo cera e tirou Puyol, Busquets e Mascherano do sério. A irritação, por sinal, foi algo latente no Barcelona, que reclamava bastante de marcações do árbitro alemão Felix Brych.
E definitivamente o Barcelona não vivia uma noite normal. Sem a tão proclamada eficiência do “tic-tac” de sua troca de passes, o time de Guardiola apelou até mesmo para chuveirinhos e jogadas de bola parada. Dessa forma, quase chegou ao empate, em cabeçada de Puyol que parou em excelente defesa de Petr Cech. Nos acréscimos, foi a vez de Pedro acertar o pé da trave de Cech e ver Busquets isolar o rebote. Não era o dia. E o mundo, que espera Real e Barcelona no dia 19 de maio, em Munique, vê os azarões largarem na frente por uma vaga na final.
Passar em branco também foi uma novidade para o craque argentino, que havia marcado nos últimos dez jogos. O resultado não só deu boa vantagem aos ingleses, como também os mantiveram como a pedra no sapato de Messi: sete jogos. Já os catalães conheceram sua terceira derrota na temporada - Osasuna e Getafe foram os vilões anteriores - e a primeira na Champions desde o revés sofrido diante do Arsenal, no dia 8 de março de 2011, por 2 a 1.
Agora, o Chelsea tem quatro vitórias, quatro empates e apenas três derrotas em 11 confrontos com o Barça na história da Champions e vai ao Camp Nou na próxima terça-feira podendo empatar para chegar à final. Ao Barcelona, obviamente, vencer é a única saída para ir a Munique no dia 19 de maio contra o vencedor de Real Madrid e Bayern. Os alemães saíram na frente na última terça: 2 a 1, em casa.
Fazendo valer o que Roberto di Matteo disse no dia anterior, o time catalão mostrou que o estilo de jogo do rival realmente lhe impõe muitas dificuldades. Mesmo martelando do inicio ao fim e com cerca de 70% de posse de bola, os comandados de Pep Guardiola foram superados pelos Blues em mais uma “pedra cantada” aos quatro ventos na prévia do confronto: o contra-ataque.
No último lance da partida, porém, por muito pouco o Barcelona não repetiu o feito de 2009. Aos 47, a bola sobrou na entrada da área para Pedro, que acertou o pé da trave esquerda de Cech. Busquets ainda ficou com o rebote, mas isolou mais uma grande oportunidade.
Mais do mesmo
O Chelsea prometeu marcar pressão, ser ofensivo e ousado, jogar de igual para igual com o Barça, mas não precisou muito para que os catalães mostrassem que a partida seria mais do mesmo que costuma acontecer em seus compromissos: ataque contra defesa. Dono da saída de bola, o time de Pep Guardiola trocou passes sem ser importunado pelos ingleses por exatos 1m50s, até que Ramires desarmou Messi na entrada da área, em jogada que deu a tona do que seria a partida.
Com Adriano e Dani Alves atuando realmente como laterais e bem avançados, o time catalão mantinha a bola no ataque, girava de um lado para o outro e por muitos momentos tinha apenas Victor Valdés no campo de defesa. No lado do Chelsea, a profecia de Fàbregas na tarde anterior foi cumprida: muitos chutões para um Drogba isolado no ataque, brigando contra Mascherano e Puyol, e com, em alguns momentos, a companhia apenas de Ramires – dupla que faria sucesso minutos depois.
No Barça, o posicionamento da equipe chamou a atenção. Ao contrário do costume, Messi atuava mais recuado, sempre atrás de Fàbregas e Sánchez e em determinados momentos mais recuado até mesmo que Xavi e Iniesta. A estratégia daria certo se não fosse a má pontaria da “dupla de ataque”. Cesc e Alexis perderam surpreendentes quatro chances claras na frente de Cech contra um rival que defendia sempre com, no mínimo, dez jogadores atrás da linha da bola – Drogba era a exceção. O chileno, inclusive, acertou o travessão em uma delas, aos nove.
Barça pressiona, Chelsea marca
Diante da postura passiva de sua equipe, e do frio e da chuva de Londres, a torcida do Chelsea fugiu ao costume e cantou bastante como se tentasse empurrar os Blues a força para o ataque. Entre vaias a Iniesta – algoz de 2009 – e Fàbregas – ídolo do rival Arsenal -, ouviam-se muitos gritos de “Come on, Chelsea” (Vamos lá, Chelsea).
Não adiantava muito, o time da casa raramente passava do meio-campo. Quando tentou, por pouco não sofreu o primeiro gol em um inacreditável contra-ataque para quem jogava de forma tão defensiva: Messi roubou a bola de Lampard no meio, avançou e serviu Fabregas, que tirou de Cech e viu Ashley Cole tirar quase em cima da linha. A esta altura, a posse de bola era de 70% para os catalães, com 10 finalizações e apenas uma dos ingleses.
No futebol, no entanto, não há justiça, como diz a sabedoria popular e Didier Drogba provou em campo. Aos 46, um minuto depois sentir a virilha após escorregão, Messi foi facilmente desarmado por Lampard no meio-campo. O Barça foi pego de surpresa. O camisa 8 fez lindo lançamento para Ramires, que já dominou de peito jogando a bola na frente. Na área, o brasileiro cruzou no rasteiro no segundo pau e encontrou o marfinense, que escorou de primeira e fez 1 a 0. Foi o lance final da etapa inicial.
Muralha azul funciona
Se defender foi a principal missão do Chelsea no primeiro tempo, com o presente que ganhou nos minutos finais a postura se tornou ainda mais evidente na segunda etapa. Os dez jogadores atrás da linha da bola se transformaram em 11 e até Drogba voltava para marcar os avanços de Adriano. Uma verdadeira fortaleza azul na frente do Barcelona.
Com os companheiros em noite não muito inspirada, Messi trocou os passes por arrancadas e tentava resolver o jogo na base da individualidade. A maioria dos chutes, porém, desviava na defesa e sequer chegava a Cech. Aos 11, uma grande oportunidade: Fàbregas recuou para sua posição de origem e descolou lindíssimo passe por cobertura, deixando Sanchéz na frente na cara do gol. A conclusão, no entanto, foi para fora encerrando a péssima noite do chileno, substituído em seguida por Pedro.
No Chelsea, a tática era simples: chutão para o alto e o Drogba que se vire. E o marfinense na base da força e da malandragem se virava. Se virava tanto que ouvia das arquibancadas “Lalalala, Didier Drogba” enquanto minava a paciência dos adversários. Catimbeiro ao melhor estilo Libertadores, o atacante amarrava o jogo fosse cavando faltas ou fazendo cera e tirou Puyol, Busquets e Mascherano do sério. A irritação, por sinal, foi algo latente no Barcelona, que reclamava bastante de marcações do árbitro alemão Felix Brych.
E definitivamente o Barcelona não vivia uma noite normal. Sem a tão proclamada eficiência do “tic-tac” de sua troca de passes, o time de Guardiola apelou até mesmo para chuveirinhos e jogadas de bola parada. Dessa forma, quase chegou ao empate, em cabeçada de Puyol que parou em excelente defesa de Petr Cech. Nos acréscimos, foi a vez de Pedro acertar o pé da trave de Cech e ver Busquets isolar o rebote. Não era o dia. E o mundo, que espera Real e Barcelona no dia 19 de maio, em Munique, vê os azarões largarem na frente por uma vaga na final.
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