sexta-feira, 29 de maio de 2015

Príncipe desiste após 1º turno, e Blatter é reeleito presidente da Fifa

Corrupção no futebol

Príncipe desiste após 1º turno, e Blatter é reeleito presidente da Fifa


O presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi reeleito nesta sexta-feira (29) para o seu quinto mandato à frente da entidade. Ele venceu seu único adversário, o príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein.
"Prometo que vou entregar a Fifa ao meu sucessor com uma situação robusta", afirmou Blatter em discurso após a eleição.
O príncipe desistiu de participar do segundo turno depois que Blatter obteve 133 votos na primeira primeira votação entre 209 federações.
Pelas regras, como nenhum dos dois candidatos atingiu dois dois terços dos votos, haveria a necessidade de um segundo turno, quando então se exige apenas maioria simples.
Com os 133 votos, Blatter já tinha, em tese, essa maioria. O príncipe, que conquistou 73 votos, então abriu mão da disputa. Três votos foram nulos.
No cargo desde 1998, Blatter agora terá mais quatro anos pela frente como presidente da Fifa. "Eu gosto de vocês, gosto do meu trabalho. Não sou perfeito. Vamos fazer um bom trabalho juntos", afirmou o cartola suíço, sem mencionar o episódio de corrupção deflagrado nesta semana.
Sua reeleição é marcada pela maior crise da história da entidade. Na quarta-feira (27), sete cartolas da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, foram presos em Zurique a pedido das autoridades americanas sob acusação de corrupção.
Em discursos no congresso da entidade, que começou na quinta (28), Blatter se defendeu das acusações. Ele adotou o tom de que as irregularidades foram cometidas individualmente e que não pode ser responsabilizado pelos atos dos envolvidos.
"Gostaria de dividir a responsabilidade com vocês, isso é um governo. A responsabilidade é de todos na Fifa. São 209 federações, não podemos supervisionar todo mundo", afirmou nesta sexta.
A reeleição de Blatter era esperada por contar com o apoio de cinco das seis confederações continentais. Apenas a Uefa, que dirige o futebol europeu, apoiou o príncipe da Jordânia.
Em uma referência indireta ao escândalo que tem abatido a entidade nos últimos dias, Blatter declarou que estará "no comando da nau chamada Fifa", e que a trará "de volta à praia."
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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Dilma veta "gambiarra" para clubes e promete alternativa

atualizado às 09h54

A presidente Dilma Rousseff vetou o artigo da Medida Provisória 656/14 que propunha um refinanciamento em 240 meses das dívidas dos clubes de futebol do Brasil, sem qualquer exigência ou contrapartida. Em texto publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da União, a justificativa é que a proposta "deixa de lado medidas indispensáveis que assegurem a responsabilidade fiscal". O governo prometeu ainda uma alternativa de curto prazo para "modernizar o futebol brasileiro".
Governo disse que a proposta da MP "deixa de lado medidas indispensáveis" Foto: Felipe Costa / Futura Press
Governo disse que a proposta da MP "deixa de lado medidas indispensáveis"
Foto: Felipe Costa / Futura Press
A MP, que havia sido aprovada pelo Congresso Federal, versa sobre regras para a importação de aerogeradores - porém, parlamentares da chamada bancada da bola fizeram uma "gambiarra" para incluir um artigo sobre o refinanciamento das dívidas dos times. De acordo com o Diário Oficial, a proposta não respeita o processo de discussão que o governo vem tendo com "representantes de clubes, atletas e entidades de administração".
"O Governo vem discutindo há meses com representantes de clubes, atletas, entidades de administração do desporto e com o próprio Congresso Nacional a construção de uma proposta conjunta que estimule a modernização do futebol brasileiro. O texto aprovado não respeita este processo e prevê apenas refinanciamento de débitos federais, deixando de lado medidas indispensáveis que assegurem a responsabilidade fiscal dos clubes e entidades, a transparência e o aprimoramento de sua gestão, bem como a efetividade dos direitos dos atletas. O Governo retomará imediatamente o processo de diálogo, com o objetivo de consolidar, no curto prazo, uma alternativa que promova de forma integral a modernização do futebol brasileiro", diz o texto.
O veto de Dilma foi comemorado pelo Bom Senso FC, grupo de atletas e ex-atletas que briga por mudanças no futebol brasileiro. Os líderes do movimento sempre se manifestaram contra a aprovação do refinanciamento sem contrapartidas, chamado por eles de "golpe" da bancada da bola. A proposta apoiada pelo Bom Senso é a de uma Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE) que prevê exigências e punições para clubes que não cumprirem suas obrigações fiscais.
A decisão da presidência de vetar a MP vai contra os interesses da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que na última quinta-feira publicou novas regras de fair play financeiro que foram incorporadas ao Regulamento Geral das Competições para 2015 - uma forma de pressionar Dilma a aprovar a proposta da bancada da bola, sinalizando com possíveis punições para compensar a falta de exigências para o refinanciamento. O texto da CBF até dizia explicitamente que esperava a aprovação do "urgente refinanciamento das dívidas dos clubes".
Terra

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Cristiano Ronaldo: de garoto mimado a craque mundial

Além de sua imagem de "garoto mimado", Cristiano Ronaldo é um atleta fora de série que atingiu em 2014 a plenitude de sua carreira pelo profissionalismo e nas estatísticas impressionantes, conquistando nesta segunda-feira sua 3ª Bola de Ouro.


Perto de completar 30 anos, a estrela portuguesa parece estar no auge: sua eficiência frente ao gol é incomparável e o atacante superou pelo segundo ano consecutivo seu grande rival, Lionel Messi, acabando com a hegemonia do argentino, que monopolizou o título de melhor jogador do ano entre 2009 e 2012.
Cinco anos e meio depois da transferência de "CR7" do Manchester United para o Real Madrid no valor de 94 milhões de euros, um recorde na época, o prêmio recebido nesta segunda coroa um astro planetário, muitas vezes ofuscado pelos ares de galã vaidoso e cheio de si, mas capaz dos maiores feitos num campo de futebol.
"É um ano inesquecível", comemorou Cristiano Ronaldo em maio, depois de conquistar a 10ª Liga dos Campeões da história do Real Madrid. Em 2014, o português venceu também a Copa do Rei, a Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes.
Em 2008, uma primeira Liga dos Campeões, vencida com o Manchester United, seguida de uma primeira Bola de Ouro, já premiavam o crescimento desse jogador excepcional, descoberto no Sporting por Sir Alex Ferguson, lendário técnico dos 'Diabos Vermelhos' que levou o português para brilhar em Old Trafford (2003-2009).
O reconhecimento do grande público, porém, tardou a chegar, muito em função da imagem de jogador vaidoso e metido de CR7.
"Por eu ser rico, bonito e um grande jogador, as pessoas têm inveja de mim", declarou em 2011.
O atacante, multi-milionário, também chocou uma Espanha em crise, em 2012, ao dizer que estava "triste" com sua situação no Real, poucos meses antes de renovar o contrato com o clube até 2018, com um salário de 21 milhões de euros por ano, de acordo com a imprensa do país.
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De família modesta, zombado pelo forte sotaque da Ilha da Madeira quando deixou a terra natal para dar continuidade a formação em Lisboa, aos 12 anos de idade, Cristiano Ronaldo tirou as frustrações no trabalho.
Ronaldo é, segundo seu treinador no Real, Carlo Ancelotti, um "profissional fantástico" com um estilo de vida saudável e focado. "Quando Cristiano joga, é como se a gente já começasse vencendo por 1 a 0", brincou o técnico italiano.
Os números, porém, confirmam o elogio: em 2014, o português anotou 61 gols em 60 jogos, contra 58 do rival Messi. CR7 estabeleceu também o recorde de gols marcados em uma única edição da Liga dos Campeões (17), foi o último artilheiro do Campeonato Espanhol (31) e já marcou 26 gols em apenas 18 rodada da atual Liga.
Rápido e forte (1,85 m, 80 kg), habilidoso das duas pernas e bom no jogo aéreo, Ronaldo se tornou o maior artilheiro da história da seleção portuguesa. Esse recorde, porém, não esconde a falta de títulos com Portugal, com o qual foi eliminado na fase de grupos da Copa do Mundo no Brasil-2014 e, na Euro-2004, foi superado pela zebra grega na final da competição, disputada em casa.
Fora de campo, o garoto-propaganda de uma dezena de marcas, incluindo uma linha de roupas íntimas masculinas, vive uma vida de estrela de cinema ao lado da namorada, a modelo russa Irinia Shayk.
Os anos parecem ter apaziguado esse "self-made man", que fará 30 anos em fevereiro. Mais maduro, mais altruísta em campo, Ronaldo já pensa na marca que deixará na história, com a ambição de "ser o melhor jogador de todos os tempos".
"Quando terminar a minha carreira, vou parar para ver as estatísticas para saber se estou entre os melhores e certamente estarei", já previu o craque.
AFP