Chegou o tão sonhado dia para os corintianos! Depois de décadas de dolorosas derrotas e muita provocação dos rivais, o Timão pode finalmente conquistar a Libertadores pela primeira vez em sua história. A taça pode vir nesta quarta-feira, a partir das 21h50m, em grande estilo. A equipe de operários comandada por Tite só sairá do Pacaembu campeã se for de forma invicta e contra ninguém menos que o Boca Juniors, bicho-papão da competição nos últimos anos, com seis títulos.
O gol de Romarinho que empatou o primeiro jogo por 1 a 1, na Bombonera, encheu os alvinegros de esperança, mas não deixou ninguém em vantagem para o decisivo duelo. Para levantar o troféu, Corinthians e Boca precisam vencer. Como a regra do gol fora de casa não vale para as finais, uma nova igualdade por qualquer contagem leva o confronto para 30 minutos de prorrogação. Se ela persistir, haverá cobranças de pênaltis.
A seu favor, o Corinthians conta com os mais de 35 mil torcedores que transformarão o tradicional estádio paulistano em um caldeirão de sentimentos que deixará todos com o coração na boca e claro, na ponta da chuteira dos jogadores. O retrospecto como mandante também é favorável. Em seis partidas em São Paulo nesta edição do torneio, o Timão venceu cinco e empatou uma, sofrendo apenas um gol.
Mais do que o inédito troféu, o Timão pode atingir uma marca histórica. Desde 1978, com o mesmo Boca, nenhum clube consegue ser campeão sem perder um jogo sequer. Até agora, o Alvinegro acumulou sete vitórias e seis empates em 13 partidas. Os outros que conseguiram foram Peñarol-URU (1960), Santos (1963), Independiente-ARG (1964) e Estudiantes-ARG (1969 e 1970).
Do outro lado, o Boca Juniors parece não se abalar com o tropeço em Buenos Aires e confia em seu poderoso histórico de nove finais e seis títulos, alguns deles contra brasileiros. Em quatro decisões como visitante, a equipe ficou com a taça em três: 2000 contra o Palmeiras, 2003 diante do Santos e 2007 frente ao Grêmio – em 77, bateu o Cruzeiro no terceiro jogo, disputado em campo neutro. Em 2004, perdeu para o Once Caldas, na Colômbia.
O trio de arbitragem é todo colombiano. Wilmar Roldan apita a partida, tendo como auxiliares Abraham González e Humberto Clavijo. A Rede Globo transmite a partida para a todo o Brasil. No GLOBOESPORTE.COM, você acompanha, a partir das 18h, em Tempo Real,toda a movimentação no Pacaembu, além de um programa especial com flashes ao vivo direto do estádio a partir das 21h.
Corinthians: o técnico Tite colocará em campo a mesma formação que empatou na Bombonera. O atacante Jorge Henrique, substituído no intervalo em virtude de dores na coxa direita, conseguiu se recuperar e está confirmado. Caso ele apresente um problema de última hora, o treinador já revelou que Romarinho ficará com a vaga. A formação é a seguinte: Cássio, Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Jorge Henrique e Emerson.
Boca Juniors: o técnico Julio César Falcioni pretendia repetir a equipe que empatou na Bombonera, mas a recusa de Roncaglia em entrar em campo, por já estar negociado com a Fiorentina-ITA, mudou os planos. O lateral-direito viajou para o Brasil, mas deve ficar fora da partida. Nesta terça-feira, o Boca treinou com Sosa em seu lugar. O restante do time é o mesmo. Caruzzo segue na vaga de Insaurralde, que rompeu os ligamentos do tornozelo esquerdo. Os argentinos tentarão o heptacampeonato com Orion, Sosa, Schiavi, Caruzzo e Clemente Rodríguez; Somoza, Ledesma e Erviti; Riquelme; Mouche e Silva
Corinthians: Nnnguém.
Boca Juniors: Roncaglia (sem acordo para prorrogar o contrato) e Insaurralde (machucado)
Corinthians: Danilo não chega a ser um ídolo da torcida, mas provou na Taça Libertadores o quanto é importante para a equipe. Em seis partidas no Pacaembu, o armador fez quatro gols e ajudou a colocar o Timão na decisão. Frio e decisivo, desponta como uma das grandes apostas para levar o título ao Parque São Jorge.
Boca Juniors: “El Tanque” Santiago Silva passou pelo Corinthians em 2002 e entrou em campo só uma vez. Ficou rotulado como grosso. Agora, titular do Boca e queridinho de Falcioni, sonha decidir o título a favor do time argentino justamente contra seu ex-clube. No empate por 1 a 1 na Bombonera, ele quase fez um gol, mas o zagueiro Chicão impediu com a mão - na sequência, Roncaglia marcou no rebote. Agora, o centroavante promete dar a vida para levantar a taça.
Tite, técnico do Corinthians: “Tudo vai depender do que produzirmos nesse último jogo. Do outro lado tem uma grande equipe que também tem o seu merecimento. Podemos ser campeões invictos. Eu posso ser campeão invicto da Sul-Americana e da Libertadores. Mas não dá para falar porque a adrenalina fica a milhão. Temos de ganhar sendo melhores em campo”.
Orion, goleiro do Boca: "O brasileiro se sente incomodado contra o argentino. As estatísticas do Boca pesam. Espero que possamos continuar alimentando isso Temos uma grande equipe e jogamos com a vantagem de ter quatro ou cinco jogadores que já ganharam a Libertadores. Vamos ganhar e trazer a Copa".
* O Corinthians pode ser a nona equipe brasileira a conquistar a Taça Libertadores. Caso seja campeão, o Timão entrará neste seleto grupo. Com três títulos, São Paulo (92/93/2005) e Santos (62/63/2011) lideram esse ranking seguidos por Cruzeiro (76/97), Grêmio (83/95) e Internacional (2006/10) com dois títulos, Flamengo (81), Vasco (98) e Palmeiras (99), uma vez cada.
* O Boca Juniors luta pelo sétimo título da Libertadores e nesta caso igualaria o Independiente na condição de maior vencedor da competição. Seis vezes campeão (77/78/2000/01/03/07) e três vezes vice (63/79/04), o Boca decide a Libertadores pela décima vez em sua história, igualando a marca do Peñarol como as duas equipes que mais chegaram à decisão. Independiente (sete finais), Olímpia, Nacional-URU e São Paulo (seis vezes) aparecem a seguir entre os times que mais decidiram a Libertadores.
* Nas últimas oito vezes que a Libertadores foi decidida entre um time brasileiro e um de outro país, o troféu foi para o exterior em seis oportunidades. Isso aconteceu em 2000 (Boca x Palmeiras); 2002 (Olímpia x São Caetano); 2003 (Boca x Santos); 2007 (Boca x Grêmio); 2008 (LDU x Fluminense) e 2009 (Estudiantes x Cruzeiro). Esta série negativa foi interrompida nos dois últimos anos com Internacional e Santos, que derrotaram Chivas-MEX e Peñarol nas finais.
* Decidir a Libertadores em casa não é garantia de sucesso. Na história da competição, 21 equipes foram campeãs em suas casas, 17 festejaram o título na casa do adversário e houve 14 decisões em uma terceira partida, sempre realizada em campo neutro. Nos últimos 10 anos, foram cinco conquistas das equipes locais e cinco das visitantes.
* Nas últimas cinco vezes que a Libertadores teve uma decisão entre brasileiros e argentinos, os times da Argentina levaram o troféu. A última vez que uma final Brasil-Argentina na Libertadores teve vantagem brasileira foi há 20 anos quando o São Paulo derrotou o Newell´s Old Boys em 1992.
* Maiores rivais no futebol sul-americano, brasileiros e argentinos já se enfrentaram 148 vezes em jogos de Libertadores da América com pequena vantagem argentina. As equipes argentinas tiveram 61 vitórias, contra 59 vitórias dos times brasileiros e 28 empates. No Brasil, foram 72 os confrontos entre brasileiros e argentinos na história da Libertadores, com grande vantagem para as equipes brasileiras que venceram 45 vezes, empataram 12 jogos e perderam em 15 oportunidades.
Corinthians e Boca Juniors se enfrentaram pela última vez no dia 27 de junho, na Bombonera. Depois de um primeiro tempo equilibrado, Roncaglia abriu o placar para os argentinos na etapa final. Entretanto, aos 40 minutos, Romarinho empatou logo no primeiro toque dele na bola e deixou o Timão a uma simples vitória do inédito título.
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