sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ligadas pela economia, Alemanha e Grécia disputam um lugar na semi (Postado por Lucas Pinheiro)


Entre 15h45m (de Brasília) e o apito final do árbitro Damir Skomina, nesta sexta-feira, em Gdansk, nada será mais importante para Alemanha e Grécia do que o futebol. É jogo de quartas de final da Eurocopa 2012, com a seleção 100% no “Grupo da Morte” diante dos campeões de 2004, que ainda buscam reencontrar as glórias de uma defesa quase intransponível. Um confronto naturalmente aguçado por si só, mas que terá ingredientes especiais direto do noticiário político e econômico. O GLOBOESPORTE.COM, o SporTV e o SporTV.com transmitem ao vivo.

Discussões sobre a crise do euro - e não a Euro - têm preocupado gregos e alemães. Após dias de negociações e mais de um mês de impasse, a Grécia formou um novo governo para tentar superar sua situação econômica combalida. Liderado, curiosamente, por Antonis Samaras - que leva o mesmo sobrenome de um dos atacantes da seleção -, o partido é favorável ao pacote de ajuda financeira, embora tenha anunciado que irá tentar uma renegociação de seus termos de resgate.

É aí que entra Angela Merkel. A chanceler alemã, que estará em uma das áreas VIPs do estádio após ter encontrado um espaço livre em seu calendário, fez do país o mais favorável à política de austeridade. Eleita a mulher mais poderosa do planeta em 2009, ela terá influencia na negociação da Grécia com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Em campo, no entanto, Alemanha e Grécia prometem sequer se envolverem com o que é tratado nas manchetes.

– Eu e a Angela temos uma boa relação. Chegamos a um acordo no qual ela não interfere sobre a formação do meu time e instruções táticas, e eu não lido com a sua agenda política. Até onde eu sei, estamos às vésperas de um jogo de futebol como qualquer outro, e ponto final – ironizou o técnico Joachim Löw.

– É negativo que comecem a fazer histórias e comparar o futebol e esporte com a política. É apenas um jogo. Vamos jogar e desfrutar porque amamos, nada mais. Jogamos por 11 milhões de pessoas na Grécia que estão à espera de um sorrido, de uma razão para sair às ruas e celebrar. Já vimos um pouco disso contra a Rússia – disse o atacante Georgios Samaras.
Alemanha paciente
Com campanha 100% em uma chave que contava com o já semifinalista Portugal, Holanda e Dinamarca, a Alemanha chega ao confronto sem esconder o favoritismo. O talento de Schweinsteiger, Özil, Müller, Lahm e companhia, além do faro de gol do centroavante Mario Gómez, colocaram a seleção de Löw em um patamar que a Grécia não deverá atingir. O treinador, porém, deixou claro que espera um jogo duro, principalmente pela força defensiva dos helênicos.
– Uma coisa certa é que não iremos subestimá-los. Sei que terá situações em que haverá 10 jogadores dentro da área. Temos de mostrar paciência para conseguir a nossa chance – avisou.

O time deverá ser o mesmo das duas primeiras rodadas. A única mudança em relação à vitória sobre a Dinamarca é o retorno do lateral-direito Jérome Boateng, que cumpria suspensão, no lugar de Lars Bender. Özil e Schweinsteiger, ausências em alguns treinos durante a semana, estão confirmados.

Na Grécia, o técnico português Fernando Santos tenta reencontrar o espírito guerreiro do time de 2004, campeão com vitórias minúsculas no placar, mas de grande entrega, já vista no triunfo sobre a Rússia na última rodada do Grupo A.
O problema em questão para esta sexta é que o principal nome da equipe será desfalque. O meia e capitão Giorgios Karagounis terá de cumprir suspensão automática pelo acúmulo de dois cartões amarelos - Sotiris Ninis e Georgios Fotakis disputam a vaga. O lateral José Holebas está fora pelo mesmo motivo.
– Tenho de dizer que vamos sentir a falta de Karagounis, pois é o capitão e a alma do time – resumiu o atacante Gekas.
A Grécia também terá mais uma motivação para ir à semifinal: ainda não venceu a Alemanha na história. Foram oito confrontos entre os dois países, com cinco triunfos alemães e três empates. Quem se classificar terá pela frente Inglaterra ou Itália, que medirão forças no próximo domingo, em Kiev.
– A Alemanha já partiu para esse torneio como favorita, mas nós não viemos aqui para passar férias. Queremos alcançar nossos objetivos que naturalmente passam por vencer – afirmou Fernando Santos.




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