Esta história começa a 4 de junho de 2002. A Oriente, mas não em solo chinês. Nesse dia, em Gwangju, Coreia do Sul, a China entrou em campo para o primeiro jogo de sempre num Mundial de Futebol. O adversário era a Costa Rica, longe de ser uma potência do futebol, o que entusiasmava as hostes chinesas na busca por uma estreia condigna.
Naquela altura, os craques chineses eram Li Tie, médio que conseguiu uma transferência para o Everton; Fan Zhiyi, que jogava no Dundee escocês e, sobretudo, Sun Jihai, central do Manchester City.
Depois de uma primeira hora de jogo sem golos, em quatro minutos, Ronald Gómez e Mauricio Wright desfizeram o sonho chinês. À derrota inicial, seguiram-se outras, mais pesadas, com Brasil (4-0) e Turquia (3-0). A China, levada ao campeonato do mundo pelo especialista Bora Milutinovic, saía sem honra nem glória da sua primeira participação. E única, até agora.
Este é o retrato e o ponto de partida. Mas é, precisamente, aquilo que a China quer apagar, ou melhor, fazer cair no esquecimento nos livros da história do futebol. Em marcha está um projeto que visa dotar o país mais populoso do mundo e a segunda maior economia à escala global de condições, estruturais e humanas, para se tornar numa potência do futebol a médio prazo.
Há metas estabelecidas a vários níveis e processos em marcha, dos quais a contratação de estrelas do futebol para rechear o campeonato local tem sido o dado mais visível. A janela de inverno do mercado na Europa, mas também na América do Sul, tem sido atacada em força por clubes chineses. Estrelas como Ramires, Guarín, Gervinho ou Jadson deram o sim a uma viragem a oriente para a sua carreira e o campeonato chinês, que nos últimos anos já tinha dado passos nesse sentido, afirma-se como referência naquele ponto geográfico.
Há, naturalmente, muito dinheiro a ser investido. Mas há, também, muito caminho pela frente. Sobretudo a nível da seleção, onde mais do que «comprar» é preciso «formar». Atualmente, a China ocupa o lugar 82 do ranking da FIFA, atrás de países como a Líbia, Haiti, Benim ou Gabão, este com apenas cerca de 1,6 milhões de habitantes.
Mudar este cenário até 2040 é a meta. O empresário Tony Rallis, numa entrevista ao jornal australiano «Sydney Morning Herald», no último dia 21 de janeiro, deu conta do plano chinês para se impor no futebol. «Querem ganhar o Mundial nos próximos 24 anos», contou.
Garante que ficou «pasmado» com o que lhe foi apresentado durante a semana que passou na China a tratar da transferência do australiano Trent Sainsbury para o Jiangsu Suning.
«Estão determinados a fazer desse sonho uma realidade e o governo chinês já informou os líderes das grandes empresas que espera ver um investimento massivo no futebol. (…) Perceberam que precisam de um esforço enorme e concertado para formar jogadores capazes de ganhar um Mundial. Não é como contratar treinadores ou fazer crescer o campeonato. Vejam os jogadores que foram para lá no ano passado: Robinho, Demba Ba, Cahill, Paulinho, Asamoah Gyan. Está a crescer muito mais rápido do que muita gente tem reparado», afirmou Rallis.
Aposta em clubes europeus como medida de afirmação
Tony Rallis revelou que a China vê as Academias de futebol na Austrália como pontos fulcrais para o desenvolvimento dos futebolistas locais, mas o projeto prepara-se para ser alargado até território europeu, onde se situa a maioria das grandes potências do futebol. Será necessário investimento, claro está. Capital em troca de formação. O recente patrocínio à II Liga em Portugal levantou essa polémica e ainda há várias dúvidas por esclarecer.
A verdade é que as empresas chinesas estão, mais do que nunca, a investir no futebol. Em dezembro, a BBC apresentou uma lista com os principais investimentos em equipas europeias.
- Manchester City: a CMC/Citic Capital comprou 13 por cento da City Football Group
- Espanhol: o grupo Rastar detém 56 por cento do clube
- Atletico Madrid: o grupo Dalian Wanda detém 20 por cento do clube
- Sochaux: completamente detido pela Ledus
- Slavia Praga: a companhia energética CEFC China detém 60 por cento do clube
O caso do Shochaux pode ser detalhado. Situada em Hong-Kong, a empresa Ledus, fabricante de componentes elétricos, comprou o clube à Peugeot em julho de 2015 por 7 milhões de euros. O clube estava na segunda Divisão e era propriedade da marca automóvel francesa desde a sua criação, em 1928. A notícia da venda causou choque e os resultados em nada ajudam: o clube que já foi duas vezes campeão de França é penúltimo e ameaça cair para o terceiro escalão.
Portanto, o dinheiro não traz sucesso, mas o plano chinês passa essencialmente por afirmação no mapa do futebol nesta fase inicial. E aí o dinheiro desempenha papel fulcral. O bolo dos direitos televisivos do campeonato local, recentemente renegociados e avaliados em 1.1 mil milhões de euros pela empresa CMC (a mesma que investiu no Man. City), para cinco anos, é o sinal do crescimento que se espera para a Liga.
E os clubes ajudam. É o passo seguinte.
Jogadores de topo, treinadores consagrados
Mesmo que oficialmente não tenham sido divulgados os valores (fala-se em 33 milhões), a mudança do ex-benfiquista Ramires do Chelsea para o Jiangsu Suning foi a notícia que «alertou» o futebol ocidental para o processo que está em marcha.
Ao contrário de destinos exóticos como o Médio Oriente ou os Estados Unidos, as equipas chinesas estão a chegar a jogadores ainda em pontos importantes da carreira. Ramires tem 28 anos, os mesmos de Gervinho que trocou a Roma pelo Hebei China Fortune, equipa que subiu este ano à I Liga local. Freddy Guarín, ex-FC Porto, despediu-se do Inter de Milão para abraçar o projeto do Shanghai Shenhua aos 29 anos.
Há ainda Robinho, Paulinho ou Alan, entre muitos outros brasileiros. O português Ruben Micael e o ex-portista Kléber são mais alguns dos vários estrangeiros do campeonato local. A recente janela de mercado e o forte investimento verificado apenas confirmaram a tendência que já existia e fizeram despertar a atenção dos mais distraídos. E, sublinhe-se, na China o mercado só fecha a 26 de fevereiro…
Aliás, é preciso sublinhar que as transferências não se fizeram apenas da Europa para Oriente, mas também a nível interno. O campeão Guangzhou Evergrande vendeu o seu melhor marcador, Elkeson, ao rival Shangai SIPG, segundo na última Liga, alegando «motivos patrióticos». Recebeu 18 milhões de euros e «ajudou» o rival a conseguir destacar-se na Champions asiática.
Mesmo a nível de técnicos, um dado considerado vital pelo conhecimento que podem dar aos locais, num rápido olhar sobre a edição de 2015 da Liga chinesa, verifica-se que apenas quatro das 16 equipas que a constituem começaram e terminaram a época com um treinador chinês. A aposta em estrangeiros como Luiz Felipe Scolari ou Sven-Goran Eriksson é a norma.
As duas maiores economias do mundo em disputa por um Mundial?
Aqui chegados, é preciso, então, recuar à afirmação de Tony Rallis: «Querem ganhar o Mundial nos próximos 24 anos.»
Pode parecer utópico mas se o país mais populoso do mundo se entusiasmar com o futebol a ponto de se tornar uma bandeira nacional, como ignorar? E o que poderá fazer os menos convencidos apaixonar-se pelo jogo? É a outra cartada que os chineses se preparam para jogar: a candidatura à organização de um Mundial.
Basta uma rápida pesquisa na Internet para ler inúmeras notícias, de vários países e várias fontes, sobre a intenção de a China ficar com a organização do Mundial 2026. Seria, de facto, um ponto-chave para criar entusiasmo no povo e, quem sabe, para começar a mostrar o trabalho que, até lá, seria feito a nível de formação.
Algumas questões se colocam. Primeiro a posição geográfica. O próximo Mundial será na Rússia que, mesmo sendo considerado um país europeu, possui a esmagadora maioria do seu território na Ásia (ainda que os estádios do torneio fiquem na zona ocidental). Segue-se o polémico torneio do Qatar. Estará a FIFA disposta a entregar o terceiro mundial seguido ao lado oriental do globo?
A questão não é meramente retórica. Os Estados Unidos, que perderam para o Qatar a organização de 2022, não irão desistir, alicerçados no enorme sucesso da experiência de 1994, quando o soccer ainda não tinha nem metade da implementação atual no país. A esperança chinesa passará, principalmente, por um revés no Mundial 2022 que o leve para solo americano e abra a janela oriental para 2026, uma vez que em 2030, ano do centenário da competição, há o sonho de o fazer regressar ao Uruguai, embora seja difícil ao país cumprir, sozinho, as exigentes metas para um torneio desta magnitude.
Mas há uma nuance que pode servir de base a uma candidatura chinesa ao Mundial 2030. Se o Uruguai seria um regresso do futebol ao primeiro torneio mundial de seleções, a China poderia significar um regresso do futebol…a casa.
Isto porque, embora seja uma questão quase pacífica atribuir aos ingleses a invenção do futebol, há dados históricos que defendem que na China já se pontapeava uma bola para dentro de uma baliza bem antes da segunda metade do século XIX, de quando surgem os primeiros relatos de jogos. Mais propriamente no século IX! Chamava-se «cuju» que quer dizer «chutar a bola».
Portanto, mesmo que os ingleses sejam, de facto, os criadores das regras do futebol moderno, mais de mil anos antes disso, já os chineses tinham jogadores, clubes, regras e adeptos do jogo.
Michael Wood, historiador inglês ligado ao desporto, explicou à BBC que a China tinha três sonhos relacionados com o futebol: jogar um Mundial, depois organizá-lo e, por fim, ganhá-lo.
O primeiro está cumprido, o segundo pode ser uma realidade a médio prazo e quanto ao terceiro…o melhor é esperar. Mas atendendo ao campo de recrutamento gigantesco e à conhecida capacidade de aprendizagem chinesa, convém não desvalorizar à partida.
Naquela altura, os craques chineses eram Li Tie, médio que conseguiu uma transferência para o Everton; Fan Zhiyi, que jogava no Dundee escocês e, sobretudo, Sun Jihai, central do Manchester City.
Depois de uma primeira hora de jogo sem golos, em quatro minutos, Ronald Gómez e Mauricio Wright desfizeram o sonho chinês. À derrota inicial, seguiram-se outras, mais pesadas, com Brasil (4-0) e Turquia (3-0). A China, levada ao campeonato do mundo pelo especialista Bora Milutinovic, saía sem honra nem glória da sua primeira participação. E única, até agora.
Este é o retrato e o ponto de partida. Mas é, precisamente, aquilo que a China quer apagar, ou melhor, fazer cair no esquecimento nos livros da história do futebol. Em marcha está um projeto que visa dotar o país mais populoso do mundo e a segunda maior economia à escala global de condições, estruturais e humanas, para se tornar numa potência do futebol a médio prazo.
Há metas estabelecidas a vários níveis e processos em marcha, dos quais a contratação de estrelas do futebol para rechear o campeonato local tem sido o dado mais visível. A janela de inverno do mercado na Europa, mas também na América do Sul, tem sido atacada em força por clubes chineses. Estrelas como Ramires, Guarín, Gervinho ou Jadson deram o sim a uma viragem a oriente para a sua carreira e o campeonato chinês, que nos últimos anos já tinha dado passos nesse sentido, afirma-se como referência naquele ponto geográfico.
Há, naturalmente, muito dinheiro a ser investido. Mas há, também, muito caminho pela frente. Sobretudo a nível da seleção, onde mais do que «comprar» é preciso «formar». Atualmente, a China ocupa o lugar 82 do ranking da FIFA, atrás de países como a Líbia, Haiti, Benim ou Gabão, este com apenas cerca de 1,6 milhões de habitantes.
Mudar este cenário até 2040 é a meta. O empresário Tony Rallis, numa entrevista ao jornal australiano «Sydney Morning Herald», no último dia 21 de janeiro, deu conta do plano chinês para se impor no futebol. «Querem ganhar o Mundial nos próximos 24 anos», contou.
Garante que ficou «pasmado» com o que lhe foi apresentado durante a semana que passou na China a tratar da transferência do australiano Trent Sainsbury para o Jiangsu Suning.
«Estão determinados a fazer desse sonho uma realidade e o governo chinês já informou os líderes das grandes empresas que espera ver um investimento massivo no futebol. (…) Perceberam que precisam de um esforço enorme e concertado para formar jogadores capazes de ganhar um Mundial. Não é como contratar treinadores ou fazer crescer o campeonato. Vejam os jogadores que foram para lá no ano passado: Robinho, Demba Ba, Cahill, Paulinho, Asamoah Gyan. Está a crescer muito mais rápido do que muita gente tem reparado», afirmou Rallis.
Aposta em clubes europeus como medida de afirmação
Tony Rallis revelou que a China vê as Academias de futebol na Austrália como pontos fulcrais para o desenvolvimento dos futebolistas locais, mas o projeto prepara-se para ser alargado até território europeu, onde se situa a maioria das grandes potências do futebol. Será necessário investimento, claro está. Capital em troca de formação. O recente patrocínio à II Liga em Portugal levantou essa polémica e ainda há várias dúvidas por esclarecer.
A verdade é que as empresas chinesas estão, mais do que nunca, a investir no futebol. Em dezembro, a BBC apresentou uma lista com os principais investimentos em equipas europeias.
- Manchester City: a CMC/Citic Capital comprou 13 por cento da City Football Group
- Espanhol: o grupo Rastar detém 56 por cento do clube
- Atletico Madrid: o grupo Dalian Wanda detém 20 por cento do clube
- Sochaux: completamente detido pela Ledus
- Slavia Praga: a companhia energética CEFC China detém 60 por cento do clube
O caso do Shochaux pode ser detalhado. Situada em Hong-Kong, a empresa Ledus, fabricante de componentes elétricos, comprou o clube à Peugeot em julho de 2015 por 7 milhões de euros. O clube estava na segunda Divisão e era propriedade da marca automóvel francesa desde a sua criação, em 1928. A notícia da venda causou choque e os resultados em nada ajudam: o clube que já foi duas vezes campeão de França é penúltimo e ameaça cair para o terceiro escalão.
Portanto, o dinheiro não traz sucesso, mas o plano chinês passa essencialmente por afirmação no mapa do futebol nesta fase inicial. E aí o dinheiro desempenha papel fulcral. O bolo dos direitos televisivos do campeonato local, recentemente renegociados e avaliados em 1.1 mil milhões de euros pela empresa CMC (a mesma que investiu no Man. City), para cinco anos, é o sinal do crescimento que se espera para a Liga.
E os clubes ajudam. É o passo seguinte.
Jogadores de topo, treinadores consagrados
Mesmo que oficialmente não tenham sido divulgados os valores (fala-se em 33 milhões), a mudança do ex-benfiquista Ramires do Chelsea para o Jiangsu Suning foi a notícia que «alertou» o futebol ocidental para o processo que está em marcha.
Ao contrário de destinos exóticos como o Médio Oriente ou os Estados Unidos, as equipas chinesas estão a chegar a jogadores ainda em pontos importantes da carreira. Ramires tem 28 anos, os mesmos de Gervinho que trocou a Roma pelo Hebei China Fortune, equipa que subiu este ano à I Liga local. Freddy Guarín, ex-FC Porto, despediu-se do Inter de Milão para abraçar o projeto do Shanghai Shenhua aos 29 anos.
Há ainda Robinho, Paulinho ou Alan, entre muitos outros brasileiros. O português Ruben Micael e o ex-portista Kléber são mais alguns dos vários estrangeiros do campeonato local. A recente janela de mercado e o forte investimento verificado apenas confirmaram a tendência que já existia e fizeram despertar a atenção dos mais distraídos. E, sublinhe-se, na China o mercado só fecha a 26 de fevereiro…
Aliás, é preciso sublinhar que as transferências não se fizeram apenas da Europa para Oriente, mas também a nível interno. O campeão Guangzhou Evergrande vendeu o seu melhor marcador, Elkeson, ao rival Shangai SIPG, segundo na última Liga, alegando «motivos patrióticos». Recebeu 18 milhões de euros e «ajudou» o rival a conseguir destacar-se na Champions asiática.
Mesmo a nível de técnicos, um dado considerado vital pelo conhecimento que podem dar aos locais, num rápido olhar sobre a edição de 2015 da Liga chinesa, verifica-se que apenas quatro das 16 equipas que a constituem começaram e terminaram a época com um treinador chinês. A aposta em estrangeiros como Luiz Felipe Scolari ou Sven-Goran Eriksson é a norma.
As duas maiores economias do mundo em disputa por um Mundial?
Aqui chegados, é preciso, então, recuar à afirmação de Tony Rallis: «Querem ganhar o Mundial nos próximos 24 anos.»
Pode parecer utópico mas se o país mais populoso do mundo se entusiasmar com o futebol a ponto de se tornar uma bandeira nacional, como ignorar? E o que poderá fazer os menos convencidos apaixonar-se pelo jogo? É a outra cartada que os chineses se preparam para jogar: a candidatura à organização de um Mundial.
Basta uma rápida pesquisa na Internet para ler inúmeras notícias, de vários países e várias fontes, sobre a intenção de a China ficar com a organização do Mundial 2026. Seria, de facto, um ponto-chave para criar entusiasmo no povo e, quem sabe, para começar a mostrar o trabalho que, até lá, seria feito a nível de formação.
Algumas questões se colocam. Primeiro a posição geográfica. O próximo Mundial será na Rússia que, mesmo sendo considerado um país europeu, possui a esmagadora maioria do seu território na Ásia (ainda que os estádios do torneio fiquem na zona ocidental). Segue-se o polémico torneio do Qatar. Estará a FIFA disposta a entregar o terceiro mundial seguido ao lado oriental do globo?
A questão não é meramente retórica. Os Estados Unidos, que perderam para o Qatar a organização de 2022, não irão desistir, alicerçados no enorme sucesso da experiência de 1994, quando o soccer ainda não tinha nem metade da implementação atual no país. A esperança chinesa passará, principalmente, por um revés no Mundial 2022 que o leve para solo americano e abra a janela oriental para 2026, uma vez que em 2030, ano do centenário da competição, há o sonho de o fazer regressar ao Uruguai, embora seja difícil ao país cumprir, sozinho, as exigentes metas para um torneio desta magnitude.
Mas há uma nuance que pode servir de base a uma candidatura chinesa ao Mundial 2030. Se o Uruguai seria um regresso do futebol ao primeiro torneio mundial de seleções, a China poderia significar um regresso do futebol…a casa.
Isto porque, embora seja uma questão quase pacífica atribuir aos ingleses a invenção do futebol, há dados históricos que defendem que na China já se pontapeava uma bola para dentro de uma baliza bem antes da segunda metade do século XIX, de quando surgem os primeiros relatos de jogos. Mais propriamente no século IX! Chamava-se «cuju» que quer dizer «chutar a bola».
Portanto, mesmo que os ingleses sejam, de facto, os criadores das regras do futebol moderno, mais de mil anos antes disso, já os chineses tinham jogadores, clubes, regras e adeptos do jogo.
Michael Wood, historiador inglês ligado ao desporto, explicou à BBC que a China tinha três sonhos relacionados com o futebol: jogar um Mundial, depois organizá-lo e, por fim, ganhá-lo.
O primeiro está cumprido, o segundo pode ser uma realidade a médio prazo e quanto ao terceiro…o melhor é esperar. Mas atendendo ao campo de recrutamento gigantesco e à conhecida capacidade de aprendizagem chinesa, convém não desvalorizar à partida.
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