domingo, 28 de abril de 2013

Maracanã reabre com festa no

primeiro teste antes da Copa

das Confederações e do

Mundial-2014

  • Protestos, velhos problemas e boas novidades após dois anos e meio
  • Cambistas venderam ingressos por até R$ 100
  • Amigos de Ronaldo vencem Amigos de Bebeto por 8 a 5
Allan Caldas, Carolina de Oliveira Castro e Gian Amato (Email · Facebook · Twitter)
Publicado:
Atualizado:
Dentro do estádio, o torcedor já entra no clima de Copa Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Dentro do estádio, o torcedor já entra no clima de Copa Fabiano Rocha / Agência O Globo
RIO - Muitos dirão que o novo Maracanã é um outro estádio, que o antigo acabou. Outros defenderão que a nova casa do futebol do Rio, além de ainda ser bonita, é mais moderna e confortável. O fato é que na sua primeira noite de futebol após mais de dois anos e meio, o novo e o tradicional conviveram no Maracanã. Como antigamente, o estádio viu craques no gramado, manifestações populares de todo tipo na plateia e antigos problemas. Compondo o cenário, telões de alta definição, iluminação de última geração, nova cobertura e um gramado irretocável.
O público de 27 mil pessoas, quase todo formado pelos operários da obra, parecia mais frio do que o habitual. Tanto que o novo Maracanã precisou de animadores para puxar coros e movimentar a plateia. Do lado de fora, cambistas vendiam por até R$ 100 ingressos que foram distribuídos gratuitamente aos trabalhadores e seus familiares. O trânsito também teve problemas, assim como alguns elevadores e banheiros do estádio, reprovados no primeiro evento teste para a Copa das Confederações deste ano e para a Copa do Mundo de 2014.
A festa, acompanhada pela presidente Dilma Rousseff, pelo governador Sérgio Cabral e pelo ex-presidente Lula, teve um show de luzes e de som. Telões e alto-falantes foram aprovados com louvor. Antes de a bola rolar, um vídeo com momentos históricos do Maracanã foi exibido. No fim, uma mensagem dava o tom de um estádio cuja obra ainda parece inacabada e, em parte, encerrada a toque de caixa. “Agora começa a nossa corrida contra o tempo”, dizia a frase final do vídeo. No sábado, até meia hora antes da abertura dos portões, operários trabalhavam no estádio.
BALANÇO DO TESTE: Pontos positivos e negativos
FOTOGALERIA: Diferentes protestos na reabertura
- Foi um bom evento-teste, mas ainda temos coisas para acertar. Uma delas são as bombas de água, que deixaram alguns banheiros sem abastecimento. Um dos elevadores não funcionou, dos quatro que foram testados. O saldo, porém, foi positivo - analisou ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop).
FOTOGALERIA: A chegada do público para o primeiro evento-teste
INFOGRÁFICO: Mapa do novo Maracanã, em detalhes
A alma do velho Maracanã está viva. Em parte, sim. Ao menos na irreverência do público. Após artistas como Neguinho da Beija-Flor, Naldo e Preta Gil se apresentarem, chegou a hora do Hino Nacional. A rubro-negra Sandra de Sá, o tricolor Ivan Lins, o alvinegro Eduardo Dusek e a vascaína Fernanda Abreu foram os encarregados. Primeira a cantar, Abreu, de camisa do Vasco, foi vaiada pela maioria rubro-negra. Na primeira vaia, o Maracanã teve cara de Maracanã.
O pontapé inicial coube a Antônio Pereira, o encarregado de soldas que foi o primeiro operário das obras do estádio. Depois dele, vieram os craques.
Mas houve desfalques. Maior artilheiro da história do Maracanã, Zico afirmou ter recebido um telefonema de Bebeto apenas na última quarta-feira, quando a imprensa noticiava que ele não estava “escalado” para o jogo entre amigos de Bebeto e amigos de Ronaldo. Àquela altura, disse Zico, já tinha compromisso inadiável fora do Rio. Assim como Romário, que fora confirmado no time de Bebeto mas não compareceu.
Mesmo assim, os jogadores deram charme à festa e protagonizaram belos momentos. Além de Ronaldo e Bebeto, jogaram nomes como Renato Gaúcho, Djalminha, Aldair e Zinho. E foi do time de Bebeto, que vestia uniforme com as cores da seleção brasileira, o primeiro gol do novo Maracanã, marcado por Washington, o Coração Valente. Foi um show de gols. Os Amigos de Ronaldo venceram os Amigos de Bebeto por 8 a 5. O Fenômeno marcou dois, um deles em bela jogada individual, ao driblar o zagueiro Donato com um elástico e bater cruzado de canhota. Já Bebeto fez o dele de pênalti, no último lance da partida.
O coração do Maracanã voltou a pulsar.


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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sob vaias, Brasil cede empate por 2 a 2 ao Chile no Mineirão
Brasil saiu atrás no placar, igualou, virou o jogo, mas acabou tudo igualou em Belo Horizonte



SÃO PAULO - A seleção brasileira de Luiz Felipe Scolari voltou a empatar na noite desta quarta-feira. Jogando no reformado Mineirão, o Brasil saiu atrás no placar, chegou a obter a virada, mas acabou cedendo a igualdade por 2 a 2 com o Chile, diante da impaciente torcida mineira, que não poupou vaias e até soltou irônicos gritos de "olé" em favor dos chilenos. Réver e Neymar marcaram os gols brasileiros.
O amistoso foi o primeiro da seleção em um dos estádios da Copa das Confederações e do Mundial de 2014. E foi considerado o último teste antes da convocação, no qual Felipão pretendia tirar dúvidas na defesa e no ataque. O treinador já revelou que tem três candidatos para duas vagas restantes na lista para a competição a ser disputada em junho.
Contando somente com jogadores que atuam no Brasil, Felipão somou seu terceiro empate nesta sua nova passagem no comando da seleção. Ele ainda tem uma derrota, para a Inglaterra, e uma vitória, sobre a Bolívia.
Após a convocação, prevista para o dia 14 de maio, a seleção fará mais dois amistosos, em preparação para a Copa das Confederações. No dia 2 de junho, a equipe de Felipão enfrentará a Inglaterra, no reformado Maracanã. Sete dias depois o adversário será a França, na Arena Grêmio. A estreia nas Confederações está marcada para o dia 15, contra o Japão.
O JOGO
Fragmentado e sem qualquer entrosamento, a seleção brasileira sofreu mais do que esperava nos primeiros minutos da partida. Além de enfrentar as próprias limitações, foi surpreendida pelo bom volume de jogo dos chilenos. Situação agravada pelo gol de González, do Flamengo, logo aos 7 minutos.
A jogada teve início em cobrança de falta na área, neutralizada por Diego Cavalieri diante da hesitação dos zagueiros Dedé e Réver. O chileno, porém, foi rápido no rebote e cabeceou para as redes. O início de jogo brasileiro só não foi pior porque Mena parou em defesa do goleiro do Fluminense após escapar em contra-ataque aos 12.
A resposta do Brasil veio aos 15 em chute forte e rasteiro de Jadson que morreu no pé da trave direita do goleiro Johnny Herrera. O bom lance acabou sendo ofuscado pela bicicleta de Rubio, rente à trave esquerda de Cavalieri, aos 22.
Passado o susto inicial, a seleção se equilibrou em campo, mas não escondia a dificuldade de superar a marcação adiantada do Chile. "Ele estão marcando muito forte", admitiu Réver, na saída para o intervalo. "O time deles está apertando muito, temos que nos movimentar mais para achar os espaços", reforçou Jean.
Sem conseguir penetrar na defesa rival, restou ao Brasil chegar ao empate em lance de bola parada. Aos 24, Neymar cobrou escanteio na área e Réver se redimiu da falha da defesa brasileira ao subir alto e cabecear para as redes. Cinco minutos depois, o mesmo zagueiro derrubou Meneses dentro da área e esteve perto de virar vilão. O árbitro mandou o lance seguir.
O gol não só animou o público mineiro como também reforçou a confiança dentro de campo. O time de Felipão reequilibrou o duelo e passou a trocar passes com maior rapidez no meio-campo. Assim, construiu sua melhor jogada aos 34. Jean acionou Neymar, livre na esquerda. O atacante encheu o pé e mandou para fora. A bola chegou a raspar no travessão.
Mais animado, Felipão fez mudanças na defesa e no ataque para o segundo tempo. Trocou Dedé por Henrique e colocou Pato na vaga de Leandro Damião. A segunda substituição deu resultado logo aos 9 minutos. Pato participou de boa trama que culminou em passe açucarado para Neymar só completar para o gol.
A virada, contudo, durou pouco tempo. Aos 18, Vargas investiu pelo meio, cortou Jadson e marcou um belo gol ao acertar chute de fora da área. O duelo voltou a ficar parelho, mas com menor rendimento dos dois lados quando os treinadores iniciaram os testes com seguidas substituições.
Pelo Brasil, Fernando, Oswaldo e Marcos Rocha ganharam chance no segundo tempo. E pouco mostraram em campo. O atacante do São Paulo ainda protagonizou pênalti não marcado por Carlos Amarilla, aos 41. E, assim como os demais jogadores da seleção, sofreu com vaias e até gritos de "olé" em benefício da seleção chilena nos minutos finais do amistoso.
BRASIL 2 x 2 CHILE
BRASIL - Diego Cavalieri; Jean (Marcos Rocha), Réver, Dedé (Henrique), André Santos; Ralf (Fernando), Paulinho, Jadson (Oswaldo), Ronaldinho; Neymar e Leandro Damião (Alexandre Pato). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
CHILE - Johnny Herrera; Alvarez, Rojas, González, Mena; Leal, Meneses (Muñoz), Reyes, Cortes (Fuenzalida); Rubio (Figueroa) e Vargas (Robles). Técnico: Jorge Sampaoli.
GOLS - González, aos 7, e Réver, aos 24 minutos do primeiro tempo. Neymar, aos 9, e Vargas, aos 18 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Ronaldinho, Alvarez, Muñoz, Fernando.
CARTÃO VERMELHO - Leal.
ÁRBITRO - Carlos Amarilla (PAR).
RENDA - R$ 3.255.205,00.
PÚBLICO - 53.331 pagantes.
LOCAL - Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

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