quinta-feira, 21 de junho de 2007

REAL MADRID + ROBINHO 1 X DUNGA 0

(Enviado por Afonso Paim)

De repente a história se repete.

É assim mesmo, em todas as ocasiões de Copa América.

O treinador da seleção brasileira quer a liberação imediata dos jogadores convocados, enquanto os seus respectivos clubes procuram evitar ou adiar a sua liberação, face os compromissos programados.

Quem está com razão nesta peleja?

Por consideramos a Seleção como a “pátria de chuteiras”, pensamos de forma passional e torcemos pela imediata liberação dos jogadores convocados.

Mas onde ficam os interesses dos clubes que gastam verdadeiras fortunas para adquirir jogadores e, durante a convocação, continuam lhes pagando altas quantias?

Muitas vezes, no momento em que poderiam ter o retorno dos investimentos, são privados de seus craques.

É o que quase ocorreu no caso de Robinho, quando por insensibilidade ou, apenas, por capricho, Dunga insistia na presença do jogador do Real, desde o primeiro dia de treinamento, como se aquele “jogão” decisório não constituísse mais uma experiência e um retoque na imagem do jovem craque brasileiro.

Numa mesma jogada infeliz, o treinador da nossa seleção tentou desfalcar o Real Madrid de um jogador importante, em um momento decisivo, o que poderia ter alterado o resultado daquele campeonato e, ao mesmo tempo, privar o Robinho de participação em uma partida final, na qual ele se tornou elemento chave para a conquista do título de Campeão Espanhol, para si e para seu clube.

Ainda que reconheçamos a capacidade do treinador brasileiro, não concordamos com ele ao achar que um treino da Seleção é mais importante que uma final de campeonato na Europa.

Cai na Real Dunga! Ou seria na do Real?

O desfecho do campeonato, no qual Robinho se destacou e participou de forma brilhante nas jogadas que resultaram em dois gols e deu o título para o Real, tornou evidente que o clube espanhol estava com a razão ao insistir na presença do nosso craque (ou deles?) a fim de participar da partida decisiva, tornando patente que a postura do Dunga representava mera conduta emocional, incompatível com o papel de treinador de seleção, para o que se exige equilíbrio, frieza e bom senso.

Estas assertivas se tornam evidentes, até porque o super craque chegou à tempo de treinar e ainda “charlou”, ao dizer que “o Real Madrid é o clube que me paga.”
Teria o Real Madrid conseguido ser campeão sem o concurso de Robinho?

Se o despropósito de Dunga prevalecesse, o Real Madrid poderia não ter conquistado o almejado título e o Robinho teria perdido a chance de ser campeão na Europa.

Em qualquer hipótese, qual seria a motivação do jogador, na Copa América, o Dunga tivesse conseguido lhe tirar a chance de possuir o título de campeão espanhol e de ter contribuído para que o seu clube o conquistasse?

Neste caso, sobra, também, para a CBF que sabe muito bem que em todas as ocasiões de Copa América se repete esta novela, a qual “não vale a pena ver de novo.”

Que se faça então uma escolha, de uma vez por todas, abrindo mão, para este evento, dos jogadores já consagrados e, oferecendo oportunidade para os talentos emergentes, que não são poucos, ou se adapte o calendário da CBF, e de outras entidades desportivas, à realidade mundial.