quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Neymar volta a perder pênalti após 15 meses e passa em branco no Chile (Postado por Lucas Pinheiro)

 Neymar não sabia o que era perder um pênalti havia quinze meses. Graças ao escorregadio gramado do Estádio Nacional de Santiago, o atacante do Santos voltou a sentir esse gosto amargo nesta quarta-feira, no primeiro jogo da decisão da Recopa Sul-Americana contra a Universidad de Chile, que terminou com um empate sem gols.

– O campo estava escorregando bem. Até para bater tiro de meta, falta... No pênalti também aconteceu, isso é do futebol mesmo – disse Neymar, que, apesar do erro, demonstrou otimismo na conquista do título. O jogo da volta será no dia 26 de setembro, no Pacaembu.

– Era a chance deles, de sair vencendo aqui. Agora a gente decide em casa – ressaltou Neymar.

 A última vez que Neymar não acertara o pé na marca da cal foi nas quartas de final da Taça Libertadores da América do ano passado, diante do Once Caldas, no Pacaembu. Brasileiros e colombianos empatavam por 1 a 1 (o atacante marcara o gol alvinegro) e, já no segundo tempo, o Peixe teve um pênalti a seu favor. Destaque da noite, o santista foi para a bola. A bola, no entanto, não encontrou as redes - e, de quebra, reacendeu a equipe de Manizales na partida.

Na ocasião, porém, o gol perdido acabou não fazendo falta, já que a igualdade foi mantida e o Santos conseguiu a classificação para as semifinais do torneio sul-americano - do qual foi campeão. Agora, contudo, o impacto da cobrança desperdiçada só será sentido daqui um mês, quando Peixe e La U voltarem a se enfrentar, no Pacaembu.

O jogo

Apesar do pênalti "na lua", Neymar fez uma boa partida. No primeiro tempo, era do atacante que saíam as jogadas que mais preocupavam aos chilenos. Não à toa, o craque de moicano era o atleta mais visado do gramado, fosse pelos companheiros de time, pelos adversários e pela própria torcida da casa, que não cansava de vaiar o camisa 11.

Logo aos oito minutos, foi de Neymar a primeira boa chance santista. O atacante receber de Paulo Henrique Ganso e tirou o goleiro Johnny Herrera do lance. O atacante, porém, ficou sem ângulo e não conseguiu dar sequência ao lance. Pouco depois, avançou pela esquerda e deu cruzamento preciso para Ganso, dentro da área e livre de marcação, arrematar para o gol - o meia, porém, parou na boa defesa de Herrera, que mandou a bola para escanteio.

Aos 16, veio o lance fatídico: Neymar avançou pela esquerda, embocou em direção à grande área em meio a dois marcadores e acabou derrubado por Sebastián Martínez. Polêmicas à parte - os jogadores da Universidad de Chile insistiram que o lance ocorrera fora da área - o atacante comemorou. Discretamente, é verdade, com uma piscadela direcionada a Patito Rodriguez. Parecia prever o que viria pela frente.

Na cobrança, porém, Neymar não teve o que comemorar. Quando chegou na marca da cal, já com o pé mirando o canto esquerdo de Herrera, o atacante derrapou no encharcado gramado do Nacional de Santiago e a bola subiu demais. Justiça seja feita: outros jogadores - inclusive da La U - escorregaram vários momentos do jogo, fosse com a bola rolando ou parada.

 A grande dúvida daí em diante era o quanto Neymar sentiria o pênalti perdido. Não se pode dizer que o atacante foi influenciado por isso, já que o camisa 11 seguia como o homem de ataque mais visado pelos santistas. Contudo, o lance pareceu ter acordado o sistema de marcação da Universidad, que daí em diante passou a dar bem menos espaços para os ataques do Peixe - e, por tabela, a Neymar.

No segundo tempo, o time da casa tomou de vez a iniciativa do ataque, fazendo com que o Santos dependesse dos contra-ataques para avançar. Além das poucas bolas que chegavam a frente, Neymar se viu bem marcado por Roberto Cereceda e José Rojas, aparecendo bem menos do que nos 45 minutos iniciais. Aos 43, teve a última grande chance, ao receber de Felipe Anderson dentro da área e acertar o travessão.

Apesar da disposição, a noite chilena não foi de Neymar. A expectativa da torcida santista é que dia 26 de setembro, no Pacaembu, a história seja diferente.

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